3 Princípios Chave para uma boa solução de Ventilação na sua Habitação

Sabia que uma habitação insuficientemente ventilada poderá gerar humidade através dos vapores que se formam, afetando o conforto ou mesmo a saúde dos seus habitantes?

Com este artigo onde identificamos 3 princípios chave para uma boa solução de ventilação na sua habitação, pretendemos partilhar alguma da nossa experiência na escolha de soluções construtivas que garantam uma eficiente ventilação, nomeadamente em edifícios residenciais.

Como funciona a Ventilação numa Habitação?

Resumidamente existem 3 tipos de ventilação: uma ventilação natural, uma ventilação forçada e uma ventilação mista.

A ventilação natural ocorre pelas aberturas na envolvente, janelas e/ou outros orifícios para o efeito, sendo que a extração do ar ocorre também pelas chaminés. A típica “corrente de ar” que temos nas habitações é um dos exemplos desta ventilação natural.

A ventilação forçada ocorre na sequência da utilização de meios mecânicos que garantem a insuflação e extração do ar. A utilização destes meios mecânicos permite controlar a quantidade de ar que é extraído da habitação para fazer face, por exemplo, ao ar proveniente da preparação das refeições (exaustor) ou dos banhos (extrator de banhos).

A ventilação mista ocorre quando, simultaneamente, existe uma ventilação natural e uma ventilação mecânica. Nesta situação o ar novo entra pelas aberturas na envolvente e é extraído por meio de exaustores e extratores.

Ventilação Natural, Ventilação Forçada e Ventilação Mista. Qual a melhor opção?

Cada uma destas 3 opções requere diferentes consumos de energia e, portanto, maiores ou menos custos para garantir uma necessária ventilação de uma habitação.

Partilhamos 3 Princípios Chave para uma boa solução de Ventilação na sua Habitação que consideramos na escolha da uma solução construtiva que garanta uma eficiente ventilação de uma habitação a construir.

1 – Criar Condições para uma Ventilação Natural

Sempre que possível a solução construtiva deverá permitir uma ventilação natural, recorrendo, por exemplo, a uma solução arquitetónica com colocação de janelas em diferentes fachadas.

Nos edifícios em que existem aberturas em apenas uma das fachadas terão, consequentemente, uma capacidade muito menor de fazer uso da ventilação natural.

Outro factor que condiciona a ventilação natural é a utilização de portas e janelas estanques. Embora sejam uma característica importante na manutenção da temperatura interior das habitações, evitando desnecessárias pontes térmicas, a existência de portas e janelas estanques não permite uma renovação natural do ar.

Este “reverso da moeda” poderá ser resolvido, por exemplo através de um sistema de ventilação embutido nas caixilharias das janelas e portas ou nas caixas de estores.

2 – Ventilação Forçada que permita Recuperação de Energia

Habitualmente as soluções construtivas integram um sistema de de ventilação forçada ou mecânica, de modo a assegurar, quando necessário, a permuta de ar entre espaços em que não seja possível utilizar a ventilação natural ou que essa não seja suficiente.

Hoje em dia existem sistemas de ventilação forçada que permitem a recuperação parcial da energia despendida, quer no arrefecimento ou quer no aquecimento.

Esta recuperação ocorre através da existência de permutadores de calor dentro dos quais os fluxos de entrada e saída de ar se cruzam, sem se misturarem um com o outro.

Este duplo fluxo de ar permite, por exemplo, no Verão, que o ar quente do exterior passe junto à conduta do ar condicionado e arrefeça as divisões da habitação. No Inverno o processo será o inverso.

3 – Garantir um habitação Passiva

As maiores ou menores necessidades de ventilação estão diretamente associadas à adoção de soluções construtivas que contribuam para a operacionalização do conceito de casa passiva.

De acordo com o Passive House Institute a construção baseada em estratégias passivas possibilita ter baixos consumos de energia, garantindo um elevado conforto térmico dos espaços interiores através de um sistema que estabelece um caudal de ar mínimo constante e necessário para manter a qualidade do ar no interior da habitação.

Alguns dos fatores essenciais à existência e à eficiência deste sistema já foram referidos no nosso artigo – 5 Características Chave na Construção de Habitações Energeticamente Eficientes. São eles a garantia de um bom nível de isolamento térmico das paredes, coberturas e pavimentos, a minimização das pontes térmicas e a utilização de envidraçados eficientes.

Takeaways

Embora exista sempre um déficit de informação técnica entre quem constrói, quem promove os imóveis e quem os compra, hoje em dia os clientes estão cada vez melhor informados sobre o que influencia a eficiência energética de uma residência. 

Esperamos que esta partilha de 3 princípios chave para uma boa solução de ventilação na sua habitação fundamentais para a criação de sistemas de ventilação em edifícios residenciais possa ajudar na limitação desse déficit de informação e contribuir para tomar boas decisões na compra de uma habitação.

Bibliografia a consultar

Eficiência Energética dos Edifícios Residenciais – Manual do Consumidor. Intelligent Energy Europe

Guia Prático da Habitação – Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana

Manual de Boas Práticas Construtivas – ITECONS

Passive House Institute